Papa Francisco publica ‘encíclica verde’
O Papa Francisco publicou no dia 18 um encíclica (documento dirigido aos bispos de todo o mundo e, por meio deles, a todos os católicos) com algumas declarações que representam um avanço significativo no posicionamento da igreja católica em relação aos demais seres sencientes.
O papa pediu ao mundo que reconheça as lastimáveis verdades sobre como os seres humanos têm afetado o meio ambiente, e, assim, prejudicado todos os seres, incluindo animais.
Ele disse que seres humanos e animais estão todos interligados:
“Nós temos um só coração e a mesma lástima que nos leva a maltratar um animal não vai demorar muito para mostrar-se em nossos relacionamentos com outras pessoas. Cada ato de crueldade para com qualquer criatura é ‘contrária à dignidade humana’. ”
“Por nossa causa, milhares de espécies já não darão glória a Deus com a sua existência, nem poderão comunicar-nos a sua própria mensagem. Nós não temos esse direito.”
Ele fala também sobre o interesse econômico humano se sobrepondo às necessidades básicas dos demais seres:
“Não é suficiente, contudo, pensar em espécies diferentes meramente como potenciais “recursos” a serem explorados, ignorando o fato de que elas têm valor em si mesmas.”
Em relação à experimentação, sua declaração coloca os interesses humanos acima dos demais animais:
“… A experimentação em animais é moralmente aceitável ‘apenas se permanecer dentro de limites razoáveis [e] contribuir para cuidar ou salvar vidas humanas’. … O Catecismo afirma firmemente que o poder humano tem limites e que é contrário à dignidade humana causar sofrimento aos animais ou morte desnecessariamente. ”
O papa também explica por que escolheu como Francisco seu nome papal:
“A resposta dele (São Francisco) para o mundo em torno era muito mais do que apreciação intelectual ou cálculo econômico, pois para ele toda e cada criatura era uma irmã unida a ele por laços de afeto. … Esta convicção não pode ser desvalorizada como romantismo irracional, pois influi nas opções que determinam o nosso comportamento. “.
Com informações do The Dodo.
Nota: a declaração do papa ainda fica longe de endossar o abolicionismo animal, mas já representa um avanço relevante na consideração dispensada aos demais seres sencientes por parte da igreja católica.